segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mão de Pântano III

Logo que cheguei a CPS, eu em seguida engatei um namoro com um menino , o M.
Morávamos no mesmo bairro, e a gente se olhava, e um dia conversamos e acabamos juntos.
Foi um dos namoros mais longos que já tive, quase 5 anos.
Eu morava sozinha, dividindo o apê com meu irmão, e depois com meu primo também, e tinha no M, além de namorado, um amigo.
Ficavamos muito tempo juntos. Eu chegava do trabalho, ele também e não desgrudavamos.
Eu gostava dele, gostava mesmo.
Ele tinha (e tem) uma mãe fofa, daquelas delícias cheinhas, doce, carinhosa, fofa, quituteira, dedicada pra família. Era a única mulher na casa, ela, marido e 4 filhos homens, então ela me tratava como a uma filha. Uma querida.
Depois comecei a trabalhar no shopping, e toda noite o M ia me buscar, eu adorava não ter que voltar de busão pra casa as 23h.
Mas ai começou a ficar sufocante... eu era ciumenta mas ele era três vezes mais que eu.
Era tanto ciúme tanta insegurança, que se estivessemos no carro, e o farol fechasse, a gente parado, eu não podia olhar pela janela pro lado de fora que ouvia:
"-Que foi? perdeu alguma coisa ai???"
eu não sabia como agir, e aceitava tanto cerceamento, mas estava muito, muito insatisfeita... por mais que ele fizesse as minhas vontades, eu me sentia presa, sufocada.
Várias vezes, eu o flagrei me vigiando escondido. Eu estava na loja, trabalhando, e de repente, eu o via, escondido, atrás de uma vitrine (da loja em frente), muito antes da hora de eu sair da loja.
Era tão ridículamente ciumento, que eu não podia atender telefonemas, mesmo que fosse minha chefa, ele colava do meu lado pra ouvir.
 E na loja, quando ele estava por perto, eu não podia atender clientes do sexo masculino.
 E o pior de tudo é que eu aceitava.
Nessa época eu dei uma bela engordada (Não tanto quanto agora) pois não fazia nenhum exercício, quase nem andava a pé, e eu perguntava pra ele se eu estava mais gorda, e ele dizia que não, que eu estava exagerando...
simplesmente pq na cabeça doente dele, quanto mais feia eu estivesse, melhor seria pra ele.
Dai começou a merdar de vez, quando ele saiu da empresa onde trabalhava como desenhista de engenharia, e foi trabalhar com o Pai.
Simplesmente ele não tinha salário, e eu comecei a bancar as contas.
Se eu quisesse ir jantar fora, eu que pagasse (ele nem fingia botar a mão na carteira), se eu quisesse viajar, eu que pagasse a minha e a dele.
Eu comecei a pagar tudo, inclusive roupa pra ele.
Tinhamos conta conjunta, mas eu parei de depositar R$ na conta, pq ele usava tudo.
Eu comecei a ficar muito puta com a situação.
Eu vivia presa e além de tudo ainda sustentava o cara.
Tudo bem fazer isso por 1,2 ou 3 meses, é compreensível, é camaradagem, companheirismo...mas essa situação já durava mais de 2 anos, eu estava de saco cheio.
Além de pagar tudo pra ele, ele ainda se sentia no direito de ser fiscal do MEU dinheiro.
Se eu comprasse uma roupa pra mim, ele dava um chilique! então eu comprava escondido.
E eu fui empurrando um namoro escroto com a barriga, pq depois dele começar a trabalhar com o pai, nem sair, nós não saíamos...o máximo que faziamos era tomar sorvete, na sorveteria do bairro.
Daí um dia, no shopping, eu estava na fila do Mc'Donalds e no balcão de atendimento vi um menino liiiiiindo.
Branquinho, com uns olhos enormes, escuros, cabelo bem escuro, boca rosada e cheio de pintinhas...parecia um sorvete de flocos.
Lembro que perguntei pro outro atendende o nome do menino "flocos" e ele respondeu "C".
Eu fiquei encantada por aquele menino (devia ter uns 18 anos no máximo) eu almoçava e jantava diariamente no Mc'Donalds do Iguatemi...deveria ter ganhado uma placa, como cliente mais fiel e assídua.
Não parava de pensar nesse menino e cada vez mais detestava o meu então namorado.
Um dia, completamente doida, tomei coragem e convidei o menino pro cinema. E fui com ele assistir "Titanic"...(ai, ai...!)
Por mim, saia do cinema correndo e terminava tudo com o M.
mas tinha 02 poréns, o C não era tão afim de mim quanto eu dele e eu tinha medo de chutar o M e me arrepender depois.
Eu fiquei namorando um gostando de outro por mais uns 5 meses, até que um dia, minhas amigas de loja iam pra uma festa, e iam com o C, e eu não poderia nem sonhar em ir, pq o M dormiria na minha casa.
E esta festa foi o motivo pra eu pedir um tempo pro M. (fui covarde, já deveria ter terminado muito antes, mas eu tinha medo de me arrepender) ele aceitou o tempo numa boa, foi pra casa dele, e eu voei pra casa da minha amiga, onde nos arrumamos e fomos pra festa com o C.
Dai não parei mais de sair. Eu estava LIVRE.
com 24 anos, mais livre do que nunca, solteira, sem filhos, trabalhando, dona do meu dinheiro, do meu nariz e da chave da minha casa.
Saia de segunda a segunda, sem culpa nem remorsos.
 Acabou que eu nem fiquei com o C, apesar de ainda estar apaixonada... mas era estranho, ele nunca quis nada sério (snif!!) ele era da igreja Nazareno, e parece que tinha um pacto interno de só namorarem pessoas da própria Nazareno...um lance estranho, que hj entendo como uma desculpinha esfarrapada.

Depois de 1 mês  livre, o M chegou no shopping transtornado, gritando pelos corredores, fazendo ameças, me chamando de FDP e nomes mais baixos, batia com tanta força no balcão da loja que eu achava que iriam quebrar a qualquer instante.
Eu pedia pra ele ir embora, e ele ia andando pelo corredor e começava a gritar, eu ia até ele, pedia calma, e ele olhava pra mim e dizia: "Sai da minha frente, não quero ver tua cara!" e eu prontamente virava de costas e ele gritava "volta aqui!!!" (Hoje é cômico)...
Um amigo dele boca-mole me viu num bar, abraçada com alguém (nem sei se era algum ficante, ou só amigo), e contou pra ele, e ele ficou enlouquecido de raiva e ciúme.
Fez um escândalo que o shopping parou pra ver, gritava, esperneava, me xingava, sapateava no chão, batia na vitrine...
eu morrendo de vergonha e também com medo, se ele tivesse uma arma, teria me machucado.
Eu liguei pro pai dele e disse que ele estava enlouquecido,dando escândalo no shopping e que era pra virem busca-lo pois não demorava muito pros seguranças virem detê-lo. O irmão dele veio e o levou.
E dai, no dia seguinte ele foi na minha casa, pedindo desculpas, prometendo mundos e fundos e eu disse que difinitivamente não havia a menor chance de voltarmos e que ali estava um ponto final mesmo.
E avisei a todos, que se eu aparecesse morta, ele era o assassino.
Várias vezes eu o vi dentro do carro na rua, vigiando meu apartamento, me seguindo, eu sempre despistava.
Trocava de horário na loja, mudei meus dias de folga, saia mais tarde.  No prédio, saia por outra portaria, entrava por outra.
depois de uns 8 meses, eu estava com a Michelle, entrando numa balada, e ele estava saindo pra pegar algo no carro....e ele me viu...
Achei que eu iria apanhar ali na rua...ele passou bufando do meu lado, e de tanto ódio nem voltou pra balada.
Depois de mais de 11/12 anos do término do namoro, até hoje parece que ele me odeia.
Ele não me cumprimenta quando me vê, me olha com um ódio e de vez em quando vem bisbilhotar no meu orkut (hahaha)
Eu não tenho raiva...e nenhum outro sentimento. Nada. Acabou, acabou! Parece incrível, mas não tenho saudades dele, nem arrependimentos, nem mágoa...nada.. é como se ele nunca tivesse existido na minha vida!
Ele casou, tem filho. Espero mesmo que tenha superado tudo, que seja e esteja feliz e que siga seu caminho em paz!

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