quarta-feira, 22 de junho de 2011

Bichinha Ruim

Era época de férias...e eu acho que minha mãe não aguentava mais a gente, pq todas as épocas de férias ela "despachava" a gente!!!
desta vez, Julho de 85, ela me mandou pra Santarém, pra casa do tio B., ia ficar umas duas ou três semanas lá.
Lá estavam as duas filhas dele L e A, e suas primas K e R. (prefiro não colocar os nomes...)
Eu era a mais nova de todas...acho que tinha 11 anos, e a mais próxima de mim era a R, já com uns 13 pra 14 anos... ou seja, eu era uma pirralha criançona que pensava em  brincar e  em meninos (lógico, que não era doida!) e elas eram mocinhas, que pensavam em meninos e festinhas...
Não ia dar certo, não sei como eles (os adultos, gente com experiência de vida) não perceberam....
Eu acho que devo ter enchido a paciência delas , devo ter enchido muito o saco, dedurado, torrado muito a paciência delas...elas não me suportavam e a recíproca era verdadeira... a única que me tratava bem era a K (e ela sempre foi meu xodó, a que eu sempre mais gostei, a que eu achava mais linda!!!) e hoje, olhando pra situação, vejo que eu era um fardo, um peso, pois elas tinham que me levar (contra a vontade) pra todos os lugares que iam...
Só sei que me senti desprezada, mal tratada e fiquei com ódio mortal delas (menos da K), foi um alívio voltar pra casa...e deve ter sido um alívio pra elas também...
Lembro que fui de TABA de STM pra ITB, e meu Pai foi me buscar no aeroporto, e ao ver meu pai, eu o abracei , beijei e a primeira frase que disse foi:
"Oi Pai, tudo bom? e aí, já se acostumou com a dentadura???"
(*pausa pra chorar de rir.....................)
Meu pai tinha colocado implantes e estava sofrendo demais e eu , sutil como elefante mandei uma pergunta dessas....acho que ele nem respondeu...kkkkkkkkkkk
Bem....voltando...
e como não havia diálogo sério com meus pais, não contei como me senti...contei só pro meu irmão Rodrigo, e então, tivemos um plano GENIAL.
Escrever uma carta anônima, xingando as meninas (menos a K). só coisa básica; chulezenta, dente de coelho, pé grande, cabelo pixaim, bunda mole, nariguda....e eu fui eleita a escrivã, por ter a letra mais bonita...
O Rodrigo ia ditando, eu colocava umas frases minhas e pronto..Fez-se a carta!!!
Fui pessoalmente postar.
Uns dias depois, minha mãe chegou BUFANDO em casa... me esfregou a carta na cara (metafórica e literalmente), dizendo que eu só a fazia passar vergonha, que eu não prestava, que eu tinha parte com o demônio... e me deu uma daquelas surras de arrancar o couro... e eu ainda, tentava argumentar (pra pelo menos dividir a "pena")  dizendo que o Rodrigo tinha ditado, mas ele, espertamente, disse que não sabia de nada...e eu fiquei sendo a vilã solitária!!!
Depois juntou  a vergonha de ser descoberta (como adivinharam??? kkkk) a raiva de a minha mãe nem ter tido a sutileza de perceber que algo estava errado, e perguntar o porquê da carta!!!
Depois disso, sempre convivemos (eu e as meninas) por imposição da relação de amizade dos nossos pais, mas sempre ficou um clima tenso no ar...elas todas A-D-O-R-A-M  o meu irmão, sem saber que ele foi co-autor intelectual do crime, e o chamam de "mano".
E em relação a mim, são apenas friamente educadas (o que me importa muito pouco ou quase nada).... a única que me despreza até hoje é a K ...a única que nunca avacalhei!!!

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