quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mão de Pântano II

Então...era férias de final/início de ano. Santarém bem agitada, pq lá o carnaval começava na noite do reveillon.
Eu fiquei muito amiga da Trycia e da Gracely e saíamos todos os dias.
O bonitinho canalha (este aqui) tinha viajado pra Belém e com certeza estava com a ex-quase-sempre-futura noiva e eu havia terminado o namoro, estava livre leve e solta... Lógico que ainda pensando nele...
Bem, Santarém não é lá grandes coisas em matéria de diversão, então além das poucas noites na boite (boite é danceteria, hello?) noites no Iate clube, iamos muito pra serra da embratel, iamos pra alter a noite, ou pra alguns inúmeros igarapés.
Nesta noite específica fomos pra uma igarapé, acho que era da família dos Canté, tinha um monte de gente, e honestamente nem lembro o que eu fazia lá, não "pegava" ninguém e nem bebia álcool... só sei que lá pelas tantas, começou a chover, e eu correndo pelo meio do mato pra me proteger, tropecei num toco filho da puta, e uma mão me amparou e puxou pra dentro do carro... era ele, por enquanto denominado de AM.  Ele era namorado da DC (aquela prostivacagaliranha que ficava com o meu namorado canalha nº 1) e ela não estava lá, só sei que fiquei com ele...fiquei por pirraça, por vingança (eu ainda pensava como uma vaca vingativa)...ele era meu amigo de infância, amiguinho de escola, nunca nem tinha olhado pra ele com outros olhos...só sei que fiquei e adorei... e fiquei na outra noite, e na outra também....e fui ficando... Inclusive teve um baile de carnaval no Iate que dançamos a noite inteirinha juntos, eu, ele e a DC ... (espero que meus filhos não leiam esta parte...principalmente a Clarinha)... Fiquei as férias inteirinhas com ele...e ele namorava com a DC. Foi a primeira e única vez que fui a "outra".
Terminei o lance, dizendo que não queria aquilo pra mim, que não queria mais... mas o problema é que apesar do menino ser cachorro (traia a namorada na cara dura) e ser (e hoje em dia está MUITO mais) feio, mas tão feio, mais feio que uma trombada de caminhão com um ônibus, eu já estava apaixonada!!!!
Ficamos um tempo separados e ele apareceu de novo...ficava comigo 15 dias e sumia 1 mês, ficava comigo 1 mês e sumia por 2 meses... e Não traia a DC só comigo, traia com qualquer coisa que pesasse mais de 30kg e fizesse xixi de cócoras...
E eu, com a auto estima no chão aceitava as migalhas de afeto que ele me dava.
Eu vivia numa montanha russa...15 dias no céu e 1 mês no inferno... Vivi isso por quase 2 anos, foi péssimo.
eu estava totalmente revoltada, destemperada, lembro de uma vez que fui pra alter do chão e lá por alguma coisa brigamos, e brigamos feio, e ele me levou de volta pra cidade... No meio da estrada eu abri a porta do carro e me joguei... só lembro do barulho do pneu freando, aquele cheiro de borracha queimada e ele me segurando pelos cabelos...ainda tenho a cicatriz do machucado absurdo que fez no meu calcanhar...
Quando a DC era a "outra" e eu era a traída, todo mundo da cidade passou a mão na cabeça dela, dizendo que ela era uma crianca, que isso era bobagem de criança...e quando nós mudamos de lado, e eu era a "outra" eu fui crucificada, eu era a vaca vagabunda.
Muita gente falou de mim até não poder mais, e dois babacas além de me malharem em praça pública, tal qual um boneco de Judas, pararam de falar comigo. ( o que ninguém sabe é que estes dois dignissimos babacas IMPLORARAM pra namorar comigo por mais de 3 vezes, um deles chegou ao cúmulo de se ajoelhar aos meus pés literalmente e eu respondi NÃO, não é verdade, W e M??? - Um deles de tão despeitado que ficou, um dia em que estavamos no aeroporto , esperando pela Triciany, ele foi até o restaurante do aeroporto e comprou 1 chocolate pra cada uma das pessoas que estavam ali, deu um em um, de mão em mão, menos pra mim...)
Era outro ano, fiquei por uns 3 meses direto com o AM, e dai ele começou a ficar estranho, já não namorava mais a DC (que cansou dos chifres, e foi pegar o namorado da agora ex cunhada - Bafão!!) e estava mais galinha do que nunca... ele começou a dar uns perdidos, a sumir.
Era época do aniversário dele, ia ter festa em alter do chão.
Fui com ele, fiquei na casa dele, e lá apareceu uma tal de Joyce, amiga da Luciana da Gira Modas, e este cidadão se acabou de tanto se oferecer pra bendita da Joyce.
 Numa hora, fomos todos pra praia, e do nada, aparece a Luciana e a Joyce num outro carro, Luciana chama o AM e ela desce, e ele assume a direção do carro dela e some com a Joyce, bem embaixo do meu nariz...
Quem estava lá viu o climão, me abraçaram, me consolaram, enxugaram minhas lágrimas.
Eu fiquei um bom tempo dentro da caminhonete dele, tinha uns presentes que ele havia ganhado dentro do porta luvas, peguei o que eu pude e joguei tudo no rio e depois não satisfeita, peguei uma tampinha de cerveja e comecei a riscar a caminhonete...mas risquei muito, risquei "de com força", ela era vermelha e a lataria começou a aparecer, fiz vááááááários lindos arabescos...risquei o capô, as laterais, as portas...só não risquei o teto pq ia chamar muito a atenção de quem ainda estava ali...
e o W viu.... tomou as tampinhas da minha mão e ficou um tempo conversando comigo, onde eu chorei, expliquei toda a minha mágoa...eu peguei minha mochila e fui embora, acho que fui dormir na casa da Triciany...
Na manhã seguinte foi aquele bafafá.... a D20 toooooooooooda riscada ( dava até dó) o AM doido pra saber quem tinha feito, a mãe dele ferrada da vida falava assim "A gente dá festa, dá de comer e beber pra estes filhos da puta e eles riscam o carro..." e eu quietinha, com o fiofó na mão...e o boca aberta do W foi e contou... Vim embora pra STM antes de levar uma surra em praça pública...
Fui crucificada pela grande maioria dos "amigos", fui excluída e hostilizada. Passei uns 5 dias trancada em casa, morrendo de medo de ele virem cometer algo contra mim. Eu o vi umas 03 ou 4 vezes e depois de uns 20 dias eu vim embora pra Campinas e nunca mais o vi (a não ser por fotos) nunca mais falei com ele e soube por outros, somente de algumas notícias relevantes (casou, teve filhos, virou evangélico...).
Hoje tenho plena consciência de que não me sujeitaria a passar por tudo o que passei, não aceitaria migalhas, não seria tão boboca...mas confesso que não me arrependo nenhum um pouco da obra de arte no carro...

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