quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pequenos tiranos

Você já deve ter presenciado, assistido, ouvido falar ou participado como coadjuvante em cenas assim:

-Criança jogada no chão do supermercado, gritando e chorando, porque a mãe não quis comprar aquela bolinha de borracha INCRÍVEL, igual àquelas 75 que ele tem em casa.

-Criança gritando com os pais.

-Criança desrespeitando estranhos, sendo agressivas, mal educadas e cruéis.

-Crianças trapaceando, em jogos, brincadeiras, furando fila, tomando lugar de outros, só pra não serem os últimos, nem os segundos...

-Crianças batendo nos pais, tios, babás.
Arrancando lágrimas dos adultos com suas mordidas e tapas na cara.

-Crianças que apontam e zombam dos defeitos alheios.

-Crianças que se intrometem em conversas adultas.

-Crianças impacientes, egoístas, maledicentes, mandonas.

-Crianças que se comportam como mini-feitores com seus (dos pais) empregados.

-Crianças vingativas, que não se importam com a dor alheia e muito menos tem remorso na consciência.

-Crianças que desejam muito um objeto, e duas horas após de ganhar, já não gostam tanto assim do presente, e já desejam ardentemente um novo objeto que é "imprescindível" na vida deles.

-Crianças que xingam, falam palavrões e palavras de baixo calão.

-Crianças que nunca falam "Com licença", "Por favor", "Muito obrigado".

-Crianças malvadinhas, que na frente dos pais são anjinhos doces e perseguidos.

-Crianças que quebram tudo, destroem brinquedos e objetos alheios, deixam sapatos, roupas, mochilas, brinquedos, copos, pratos por onde quer que passem.

Olhando assim, deixamos de enxergar crianças, e sim pequenos monstros, pequenos tiranos.

Já há tempos, venho analisando o comportamento das pessoas por onde passo, até mesmo dentro da minha família.
As crianças de hoje são diferentes das crianças que fomos no passado.

Quando minha mãe me dava uma ordem, era lei, tipo igual ao Cap. Nascimento, ordem dada - ordem cumprida.
Quando estávamos aprontando em casa, nada como umas boas cintadas e um castigo pra resolver.
Quando estávamos na rua, e ficávamos na danação, minha mãe só chegava perto de nossos ouvidos e falava  baixinho: "Quando chegar em casa, vamos conversar!"  e a questão estava toda resolvida.
Sou do tempo que só um olhar do meu pai, já bastava pra eu saber que estava seriamente enrascada.
Jamais sonhei em desrespeitar qualquer adulto, e muito menos sonhar em levantar a mão pra bater em meus pais.
O que houve para mudarmos tanto??


O problema NUNCA é da criança.
O problema está nos PAIS.


Hoje os pais tem preguiça em educar.
Hoje os pais tem pouco tempo para se dedicarem aos filhos, estão focados em suas carreiras, novos amores, manutenção do corpo...
Hoje os pais tem culpa, por conviverem pouco com os filhos, sentem remorso se negarem algo, e assim vão criando pequenos eternos insatisfeitos.
Os pais acham que o filho é frágil demais para ser contrariado, ou que um não dos pais vai fazer com que os filhos não os ame mais.
Filhos bebês batem com suas pequenas mãozinhas nos rostos dos pais, que só olham constrangidos para a platéia que assiste estupefata.
Crianças não sabem receber limites, não sabem receber NÃO.
Crianças que não respeitam ninguém, que atropelam, passam por cima, fazem chacota e ferem os amiguinhos e adultos e não se importam.
Hoje os pais acham que presentes compram o amor de alguém.

O que as crianças precisam é de AMOR, e amor significa presença (lembrando que qualidade vale mais que quantidade), significa limites, atenção, orientação e dedicação.

Crianças precisam de limites para se sentirem amadas...É, é isso mesmo, criança que não tem limites não se sente amada, é um teste que fazem, cada vez mais prejudicial , para que alguém se importe e tome uma atitude. Crianças sem limites são frustradas, são abandonadas.

Meus filhos são a minha vida, é por eles que eu respiro e levanto todas as manhãs, mas isso não significa que eu não possa dizer NÃO a eles.
Que eu não possa fazê-los arcar com as consequências de seus atos, que eu não possa orienta-los e obriga-los quando preciso for, a juntar os brinquedos, arrumarem seus calçados, esticarem o lençol sobre a cama.
Meus filhos precisam saber o que é útil ou supérfluo, e que não é porque vamos 1 vez por semana ao supermercado que eles SEMPRE precisam voltar de lá com um brinquedo.

Já dizia o ditado que é de pequeno que se torce o pepino, se deixarmos nossos filhos à larga, fazendo o que bem entendem, imaginem que tipo de adultos serão.... e em que tipo de mundo viverão!


Desejo que sejamos pais melhores, que impõem limites, que amam e que dizem "Não" a nosso filhos!



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