terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nova família.

Estávamos num hotel, depois do café da manhã.
Com crianças bem dormidas, alimentadas e cheias de energia, fomos para o playground do hotel.
Algumas outras crianças estavam brincando também.
Uma senhora estava acompanhando um menininho de 4 anos, chamado Dudu.
Fiquei conversando com ela, enquanto observávamos os  pequenos.

De repente, vimos um jovem casal se aproximando.
Se aproximaram da senhora,  a jovem mulher não cumprimentou e nem falou nada, o menino chegou perto, a mulher sorriu e deu um beijo na criança e o homem falou:
"-Dormiram bem? que horas vocês foram dormir? Já tomaram café?"
E a Senhora respondeu que sim, que havia acordado há bastante tempo, que já tinham se alimentado e que estava tudo bem.
O homem deu um tapinha carinhoso na cabeça do moleque, e o casal foi pro restaurante tomar o café da manhã.
A senhora, que descobri ser a babá do menino, ficou com a criança lá.
Após algum tempo, vejo o casal passando, sem nem olhar na direção do filho, e seguiram, de braços dados, como dois pombinhos, dar continuação à estadia.
Achei estranho.
Pais viajam com os filhos, levam as babás, dormem em quarto separados, não vêem os filhos dormirem nem acordarem, não supervisionam o banho, nem acompanham a alimentação ou brincadeira das crianças, e delegam a criação da prole à babá. Tudo frio demais, impessoal demais!

Não sei se é porque eu nunca tive (por falta de grana e coragem) babá, que eu me acostumei tanto a ficar na "lida" com a molecada, que acho estranho e até falta de amor, pais que só gestam e dão a luz aos filhos, sem se dedicarem à parte mais difícil, a criação.
Fiquei observado aquela "família".
Os meninos (tinha mais um, mais velho) só ficavam com a babá, os pais, passeavam como namorados em lua de mel, deixando os meninos fora de seus programas.
A babá é quem dizia a hora de acordar, brincar, ir pra piscina, se alimentar, trocar de roupa, passear.
O menino de 4 anos era chatinho, chorão, tolo e egoísta.
O de 12 anos estava "solto" no mundo... não aguentava mais brincar com o menino menor, mas não tinha espaço com os pais, e não haviam outros adolescentes por lá.

Não ouvi nenhuma vez o Dudu pedir alguma coisa "por favor", nem agradecer, e muito menos pedir licença.
Ele dava ordens à babá como se ele fosse o dono dela, e ela sorria constrangida.
Quando a mãe aparecia, ele falava como bebê, todo meloso e dengoso.
Quando ela virava as costas, ele até crescia de tamanho, era ríspido e mandão com a babá e com quem estivesse perto dele.
Eu fiquei agoniada, achando que os meninos precisavam mais do quê recebiam, precisavam se sentir amados pelos próprios pais.

Tinha alguma coisa (s) errada ali, não tinha??

2 comentários: