quinta-feira, 12 de abril de 2012

Legalize Já!

Tá rolando um tema polêmico no STF - supremo tribunal federal.
Estão agorinha mesmo decidindo se legalizam ou não o aborto no caso de gravidez COMPROVADA de fetos anencéfalos.
Vamos começar por partes:
O que é um feto anencéfalo?
Literalmente significa ausência de encéfalo, mas é muito vago, pq o encéfalo abrange também além do cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral.
a definição que li que mais me explicou é esta:

 "na realidade, define-se com este termo uma má-formação rara do tubo neural acontecida entre o 16° e o 26° dia de gestação, na qual se verifica ‘ausência completa ou parcial da calota craniana e dos tecidos que a ela se sobrepõem e grau variado de má-formação e destruição dos esboços do cérebro exposto’"
Se ( e somente SE) for comprovado que a parte faltante não dará condições de vida para o bebê, eu acredito que não é o Estado que deverá decidir se a mãe deve ou não abrir mão do bebê.
O exame de ultrasson detecta com precisão a má formação com até 3 meses de gestação.
A chamada anencefalia é uma grave malformação fetal adquirida que resulta na falha de fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem ao cérebro e a medula espinhal), levando à ausência do cérebro, calota craniana e couro cabeludo.
A junção destes problemas impede qualquer possibilidade de o bebê sobreviver, mesmo se chegar a nascer vivo.
 Um pequeno percentual desses fetos, apresentam batimentos cardíacos e movimentos respiratórios fora do útero, funções que podem persistir por algumas horas e ou ou dois dias, mas a probabilidade de morte é de 100% após o nascimento, e cerca de 50% desses bebês sofrem paradas cardíacas ainda dentro do útero.

Obrigar a mulher a passar por todas as transformações que passa uma gestante no período da gravidez,  no meu ponto de vista é uma tortura psicológica.
Esta mulher mesmo acreditando num milagre divino, terá seus sonhos transformados em ruína.
Esta mulher não sairá da maternidade com um bebê-conforto.
Ela sairá com um caixãozinho branco!

Esta é a minha opinião, e eu se pudesse votaria para que a própria família e em especial a própria mãe, escolha se deve ou não levar a gravidez a termo.


E eu não acredito que nenhuma mãe responsável e séria, iria aceitar apenas UM diagnóstico de anencefalia, espero que quem passar por uma situação assim, não aceite o primeiro diagnóstico como definitivo, espero que busque segundas, terceiras e quartas opiniões baseadas em exames clínicos e de imagens... e só então decida o que quer fazer

Algumas mulheres podem querer se agarrar a sensação do bebê no útero e tê-lo por ali até o último momento (e eu me encaixo neste tipo, eu levaria a gestação até onde desse, mesmo me rasgando de dor...) e outras mães, querem acabar com aquela tristeza enorme e recomeçar novamente.

O direito é da mãe.

É ela quem vai lidar com o emaranhado de sensações e sentimentos que virão após a decisão.
-A dor da perda.
-A culpa (pq no fundo ela se acha culpada pelo problema do bebê).
-A culpa de abortar ao achar que "matou" o bebê.
-A culpa religiosa (pq nos incutiram a ideia de que é PECADO e vamos arder no inferno por isso).

É ela que vai lidar com o remorso, com a tristeza,  com o sentimento de pena alheia, com o sentimento de pena de sí própria.

É direito da mulher decidir o que fazer, afinal é ela e somente ela, no seu mais profundo íntimo, quem vai carregar esta decisão pro resto da sua vida!

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