Fui "dispensada" de casa meio muito cedo, com 19 aninhos.
Eu já sabia algumas coisas da vida, mas meu mundinho era muito “inho” mesmo.
Para alguns é infelizmente, mas para mim é:
...POR SORTE, sou uma fruta que caiu longe da árvore!
Tinha pouco ou quase nenhum contato com pessoas “diferentes” (lembro que era uma época em que não existia internet nem celular, muito menos sms e orkuts e facebooks da vida- amorecos, sou da época da carta de papel, tá?).
Éramos a geração coca-cola, ainda germinando a idéia de nos rebelarmos, éramos a geração pós Yuppie!
Éramos fabricados e moldados em massa...Todos com camisetinhas, calça forum, sapato meio masculino, usavamos os mesmos perfumes, a mesma linguagem... Até os projetos de vida eram iguais.
Éramos fabricados e moldados em massa...Todos com camisetinhas, calça forum, sapato meio masculino, usavamos os mesmos perfumes, a mesma linguagem... Até os projetos de vida eram iguais.
Eu jurava que queria estudar numa faculdade foda (tipo Unicamp ou USP), ser a mais fodástica da minha profissão, voltar pra minha cidade, casar com um namoradinho que não me dava muito valor, ou esfregar na cara dele o quanto ele havia perdido e depois ter filhos.
Mas aí saí de casa para cidade grande e meus planos e vida foram sendo modificados de acordo com o passar do tempo.
Mas aí saí de casa para cidade grande e meus planos e vida foram sendo modificados de acordo com o passar do tempo.
Quando sai de casa, cogitava fortemente a idéia de voltar em 6 meses 1 ano, e hoje ao escrever aqui, vejo que se passaram quase 18 anos.
Existe um ditado em inglês que diz. “The apple doesn’t fall far from the tree.” Numa tradução mais literal seria “A maçã não cai longe da macieira” e traduzindo numa linguagem mais coloquial “Nós somos iguais a nossos pais” ou como diria minha avó: ”Quem sai aos seus, não degenera” .
Existe um ditado em inglês que diz. “The apple doesn’t fall far from the tree.” Numa tradução mais literal seria “A maçã não cai longe da macieira” e traduzindo numa linguagem mais coloquial “Nós somos iguais a nossos pais” ou como diria minha avó: ”Quem sai aos seus, não degenera” .
Bem, não me dou ao luxo de discutir genética, pq o ínfimo que sei, aprendi no meu segundo grau e faz teeeempo a beça... e além do mais, dizem que sou igualzinha fisicamente a irmã do meu Pai, e com o passar dos anos, vejo a minha área dos olhos ficar idêntica a do meu velhão.
De resto… a maçã que sou, foi arremessada a kilometros da árvore.
Quando fui morar em outra cidade eu conheci um novo mundo. um mundo de concreto e caras fechadas!
De resto… a maçã que sou, foi arremessada a kilometros da árvore.
Quando fui morar em outra cidade eu conheci um novo mundo. um mundo de concreto e caras fechadas!
Conheci gente boa, e gente escrota, conheci gays assumidos e heteros, conheci gente louca e gente sã, conheci punk e emos, conheci patricinhas com o cabelo loiro platinado e meninas hippies, conheci gente absurdamente rica e gente tristemente pobre, conheci gente pura e gente puta, conheci uma nova religião, um novo jeito de olhar o mundo e as pessoas.
Eu fui pobre-desempregada, fui pobre-empregada, fui classe média desempregada, e classe média-empregada, fui classe média bem média mesmo.
Levei uma vida geralmente normal, sem nenhuma porralouquice que a gente imagina que vai ter quando for dono e proprietário (mesmo pagando aluguel) do seu próprio espaço.
...mas sim, é claro que houveram uns(bons e insanos), mais uns (apavorantes e tristes) ou outros(perfeitos e psicodélicos) grandes acontecimentos no meio tempo.
Eu fui pobre-desempregada, fui pobre-empregada, fui classe média desempregada, e classe média-empregada, fui classe média bem média mesmo.
Levei uma vida geralmente normal, sem nenhuma porralouquice que a gente imagina que vai ter quando for dono e proprietário (mesmo pagando aluguel) do seu próprio espaço.
...mas sim, é claro que houveram uns(bons e insanos), mais uns (apavorantes e tristes) ou outros(perfeitos e psicodélicos) grandes acontecimentos no meio tempo.
Foi um recomeço de vida, um renascimento aos 19 anos. Mais punk e bem diferente da vida anterior.
Aprendi a lavar roupa na mão na mão e na máquina, aprendi a cozinhar feijão, aprendi a esticar o dinheiro, aprendi a voltar pra casa sozinha às 23h depois de um dia de trabalho, aprendi a andar de ônibus, aprendi a não confiar totalmente em quem quer que fosse, assim de cara; aprendi que posso ver uma pessoa uma única vez e nunca mais tornar a botar os olhos nela; aprendi que posso ir a várias cidades num mesmo dia; aprendi que o mundo é sim, pequeno; aprendi que ninguém é de todo mau e nem todo bom; aprendi que o mundo não é cor de rosa...
Ainda trago um ranço da minha vida “inha” de cidade do interior, ainda não consigo não olhar quando vejo dois meninos se beijando, ou andando de mãos dadas no shopping.
Ainda trago um ranço da minha vida “inha” de cidade do interior, ainda não consigo não olhar quando vejo dois meninos se beijando, ou andando de mãos dadas no shopping.
Ainda me assusto com a precocidade da molecada de hoje em dia;
Ainda acho estranho quando vejo um casal no carro e quem está na direção é a mulher;
ainda me espanto quando conheço algum cigano rico e ainda fico boquiaberta achando lindo aqueles homens todos engravatados, executivos poderosos!!!!
Ainda acho estranho quando vejo um casal no carro e quem está na direção é a mulher;
ainda me espanto quando conheço algum cigano rico e ainda fico boquiaberta achando lindo aqueles homens todos engravatados, executivos poderosos!!!!
... Sou um bocado machista e preconceituosa, e este é um exercício diário que faço pra me corrigir e enxergar além das aparências.
Esta reflexão veio depois de um texto que li (sobre a tal bendita maçã), e depois de uma mudança de uma amiga (de volta as origens) e também por causa do final do ano, da chegada do aniversário...
Esta reflexão veio depois de um texto que li (sobre a tal bendita maçã), e depois de uma mudança de uma amiga (de volta as origens) e também por causa do final do ano, da chegada do aniversário...
Eu me sinto tão longe daquilo, tão distante das pessoas da minha família (geral) e das pessoas que vivem na cidade de onde eu vim.
Não tenho compulsão por natureza, não fico embasbacada toda vez que vejo um monte de mato, não levo o menor jeito pra uma vidinha debruçada na janela, esperando a vida passar, isto não combina com meu jeito de ser e existir...
Eu tenho pressa, eu sou sedenta pelo todo, sou globalizada, quero ver o mundo ,quero me sentir parte dele...
Eu não tenho mais afinidade com essas pessoas “inhas”, e não tenho vontade de estar perto ou de compartilhar com pessoas que acham que todo homem bonito é “viado” e toda mulher mais “solta” é puta.
Pessoas que acham que a outra que não tem um título acadêmico é um fracassado na vida; pessoas que se baseiam no status alheio (dos pais, dos amigos, dos tios) pra levar uma vidinha de privilégios; gente que copia modinha de novela; que acha que passar metade do dia na academia é luxo...nãooooo!
gente que se aproveita dos parentes mais ricos (ou políticos) pra levar uma vida mais mansa; gente que por trás fala mal da sua vida; gente que com o falso discurso de “quero o seu bem” se sente no direito de ofender e sair distribuindo “puxões de orelha”; Gente que gargalha vendo “A praça é nossa”; parentes que só chegam perto pra tentar levar vantage; “amigas” que te medem e te apreciam pela tua roupa, teu sapato ou o carro que dirige; gente que reclama, reclama, reclama mas não larga a vidinha medíocre que tem.
... Eu não aceito mais isso pra minha vida, e me incomodo quando vejo pessoas que amo, aceitando
...sem perceber que a VIDA não se resume só aquilo.
Eu sou TÃO mais que isso, eu sou tão grande, tão grande que não caibo mais lá...não pertenço mais a esse mundo. E tenho um grande, enorme, absurdo e feroz orgulho disso.
Todas as vezes que proclamo como me sinto, acabo numa enxurrada de conflitos com amigos e familiares – e acabo passando por arrogante, por “METIDA A BESTA” ou “FRESCA”.
Mas está tão forte dentro de mim, que ninguém consegue me abalar. Não posso esquecer o que vivi, afinal, essas experiências ajudaram a me transformar no que sou hoje, mas não aceito regredir.
Não tenho compulsão por natureza, não fico embasbacada toda vez que vejo um monte de mato, não levo o menor jeito pra uma vidinha debruçada na janela, esperando a vida passar, isto não combina com meu jeito de ser e existir...
Eu tenho pressa, eu sou sedenta pelo todo, sou globalizada, quero ver o mundo ,quero me sentir parte dele...
Eu não tenho mais afinidade com essas pessoas “inhas”, e não tenho vontade de estar perto ou de compartilhar com pessoas que acham que todo homem bonito é “viado” e toda mulher mais “solta” é puta.
Pessoas que acham que a outra que não tem um título acadêmico é um fracassado na vida; pessoas que se baseiam no status alheio (dos pais, dos amigos, dos tios) pra levar uma vidinha de privilégios; gente que copia modinha de novela; que acha que passar metade do dia na academia é luxo...nãooooo!
gente que se aproveita dos parentes mais ricos (ou políticos) pra levar uma vida mais mansa; gente que por trás fala mal da sua vida; gente que com o falso discurso de “quero o seu bem” se sente no direito de ofender e sair distribuindo “puxões de orelha”; Gente que gargalha vendo “A praça é nossa”; parentes que só chegam perto pra tentar levar vantage; “amigas” que te medem e te apreciam pela tua roupa, teu sapato ou o carro que dirige; gente que reclama, reclama, reclama mas não larga a vidinha medíocre que tem.
... Eu não aceito mais isso pra minha vida, e me incomodo quando vejo pessoas que amo, aceitando
...sem perceber que a VIDA não se resume só aquilo.
Eu sou TÃO mais que isso, eu sou tão grande, tão grande que não caibo mais lá...não pertenço mais a esse mundo. E tenho um grande, enorme, absurdo e feroz orgulho disso.
Todas as vezes que proclamo como me sinto, acabo numa enxurrada de conflitos com amigos e familiares – e acabo passando por arrogante, por “METIDA A BESTA” ou “FRESCA”.
Mas está tão forte dentro de mim, que ninguém consegue me abalar. Não posso esquecer o que vivi, afinal, essas experiências ajudaram a me transformar no que sou hoje, mas não aceito regredir.
Assim é como eu me sinto, é a MINHA verdade, é como eu quero continuar vivendo, é a doce sensação de estar trabalhando na roda que faz o mundo girar.
Para alguns é infelizmente, mas para mim é:
...POR SORTE, sou uma fruta que caiu longe da árvore!
Agora mais doque nunca vc soube descrever a sua grande metamorfose.É isso ai amiga,nem todos tem o privilegio de conseguir aprender com a vida e nem com os desafios... vc é o que é graças a sua determinaçao em nao continuar na mesmice.Admiro pessoas como vc,q conseguem ver suas qualidades e refletirem sobre seus defeitos em tantas diversidades de prejulgamentos ao qual nos expos no decorrer da vida.Parabens amei o texto e viajei com ele!!!Continue sempre assim:AUTENTICA!
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